:: Reforma Protestante ::
A Reforma
Protestante foi
apenas uma das inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que
tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da
Igreja Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
Durante
a Idade Média a Igreja Católica se tornou muito mais poderosa, interferindo nas
decisões políticas e juntando altas somas em dinheiro e terras apoiada pelo sistema feudalista. Desta forma, ela se
distanciava de seus ensinamentos e caía em contradição, chegando mesmo a vender
indulgências (o que seria o motivo direto da contestação de Martinho
Lutero, que deflagrou a Reforma Protestante propriamente dita),
ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por
seus pecados.
Outros
fatores que contribuíram para a ocorrência das Reformas foi o fato de que a
Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o
fizesse). Logo, a burguesia ascendente necessitava de uma religião que a
redimisse dos pecados da acumulação de dinheiro.
Junto a
isso havia o fato de que o sistema feudalista estava agora dando lugar às
Monarquias nacionais que começam a despertar na população o sentimento de
pertencimento e colocam a Nação e o rei acima dos poderes da Igreja.
Desta
forma, Martinho Lutero, monge agostiniano da região da saxônia, deflagrou a
Reforma Protestante ao discordar publicamente da prática de venda de indulgências pelo Papa Leão X.
Leão X
(1513-1521) com o intuito de terminar a construção da Basílica de São Pedro determinou a venda de indulgências (perdão dos pecados) a todos os
cristãos. Lutero, que foi completamente contra, protestou com 95 proposições
que afixou na porta da igreja onde era mestre e pregador. Em suas proposições
condenava a prática vergonhosa do pagamento de indulgências, o que fez com que
Leão X exigisse dele uma retratação pelo ato. O que nunca foi conseguido. Leão
X então, excomungou Lutero que em mais uma manifestação de protesto, rasgou a
Bula Papal (documento da excomunhão), queimando-a em público.
Então,
enquanto Lutero era acolhido por seu protetor, o príncipe Frederico da Saxônia,
e diversos nobres alemães se aproveitaram da situação como uma oportunidade
para tomar os inúmeros bens que a igreja possuía na região. Assim, três
revoltas eclodiram: uma em 1522 quando os cavaleiros do império atacaram
diversos principados eclesiásticos afim de ganhar terras e poder; outra em 1523,
quando a nobreza católica reagiu; e, uma em 1524, quando os camponeses
aproveitando-se da situação começaram a lutar pelo fim da servidão e pelas igualdades de condições. Mas
esta última também foi rechaçada por uma união entre os católicos,
protestantes, burgueses e padres que se sentiram ameaçados e exterminaram mais
de 100 mil camponeses. O maior destaque da revolta camponesa na rebelião de
1524 foi Thomas Münzer, suas idéias dariam início ao movimento “anabatista”,
uma nova igreja ainda mais radical que a luterana.
Mapa da Reforma Protestante.